Primeira reunião no sul do país – Linfedema
2018-11-24
Teve lugar no passado dia 24 de Novembro de 2018, na Universidade do Algarve, a primeira reunião sobre linfedema no sul do país.
1 Encontro sobre Linfedema Algarve
Abriram os trabalhos, a Presidente e fundadora da Associação Nacional de Doentes Linfáticos (andLINFA) e o coordenador cientifico do evento, Dr. Pedro Amorim. Na mesa de abertura esteve ainda a Plataforma Saúde em Diálogo, na pessoa da Dra Alda Martins, como parceira nesta reunião cientifica.
Os trabalhos prosseguiram sob a moderação do cirurgião vascular J. Pereira Albino e da Presidente da andLINFA, Manuela Lourenço Marques.
A primeira parte contou com a presença de vários profissionais de saúde, que vieram mostrar o peso significativo do correcto diagnóstico de um Linfedema.
Reafirmando a importância de uma equipa multidisciplinar, o Dr.Pedro Amorim explicou-nos a diferença de um Linfedema Primário e Secundário, assim como nos chamou a atenção do perigo da combinação desta doença com factores como a Obesidade Mórbida.
Seguiu-se o Dr. João Vieira, especialista de Angiologia e Cirurgia Vascular, que nos facultou informações úteis para uma melhor avaliação qualitativa do edema.
Já o cirurgião vascular Gonçalo Queiroz de Sousa, explicou o impacto de exames médicos, essenciais para um correcto diagnóstico, tal como o Eco Doppler.
Pós coffe break, foi a vez das doentes Manuela Lourenço Marques e Rita Galvão, partilharem a experiência renovadora, que vivenciaram juntas, semanas antes, na Clínica Földi na Alemanha, pioneira em Linfologia Moderna.
Tal como um correcto diagnóstico e tratamento preventivo, é fundamental uma alimentação cuidada para a a qualidade de vida de qualquer pessoa, seja ela doente de Linfedema ou não, por isso mesmo, a Nutricionista Luísa Geada e Prof Doutora Maria Palma Mateus, vieram falar dos mitos e conceitos de muitas dietas das populares revistas cor de rosa, priorizando os benefícios de uma alimentação mediterrânica, com os devidos cuidados de ingerir alimentos anti-inflamatórios que ajudam na não evolução do edema.
É inevitável falar também da dificuldade de um doente com Linfedema em aceitar-se tal como é, levando na maioria das vezes a casos de depressão, causados pelo mal estar psicológico. O acompanhamento da família e de um especialista na matéria como referiu a Dra. Alda Martins, tem um impacto bastante positivo no sucesso de tratamento.
Este mal estar psicológico ocorre muitas vezes após o aparecimento de outras situações, tais como as feridas dolorosas no edema, que se não forem devidamente tratadas, levarão a problemas mais graves. Os enfermeiros tem então um importante papel no seu tratamento, tal como referiu a Enfermeira Rita Marques, contribuindo assim para o conforto e melhoria da qualidade de vida.
O Doutor. Eng. Carlos Gonçalves cuidadosamente nos explicou e de uma forma clara, o projecto de uma manga de compressão, que faz a drenagem linfática com a devida pressão a aplicar, aos membros superiores.
A atleta e Fisioterapeuta Sara Rosado, desmistificou o tema do exercício físico no Linfedema, evidenciando a sua importância para uma melhor mobilidade e bem estar físico do paciente.
A Dra. Catarina Hadamitzky, que exerce clínica na Alemanha, exemplificou diferentes métodos cirúrgicos no tratamento de edemas, evidenciando a importância da distinção de doenças tais como a Obesidade e o Lipedema, para o sucesso deste tratamento.
Os trabalhos daquela manhã foram encerrados pelo Dr J. Pereira Albino e pela Presidente da andLINFA com a conclusão inequívoca de ter sido uma manhã pioneira mas também de importante reflexão que deverá ser continuada, num futuro que se gostaria de ver muito próximo.
A esta reunião assistiram mais de 70 participantes, entre eles especialistas de saúde e pacientes de Linfedema e/ou outras patologias.
De notar ainda, a preciosa ajuda de voluntárias, parceiros e apoios, que contribuíram para o sucesso deste evento.
Texto de
Elisabete Flor
(associada da andLINFA)
Elisabete Flor
(associada da andLINFA)